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- 23-11-2016

CETTRALIQ CONTRATA EMPRESA CATARINENSE PARA RECEBER SEUS EFLUENTES

A Cettraliq – Central de Tratamento de Efluentes Líquidos contratou uma empresa de Santa Catarina para receber e tratar os efluentes que permaneciam armazenados em sua planta em Porto Alegre. Com essa definição, a Cettraliq dá cumprimento à decisão da Justiça e encaminha o encerramento dos procedimentos de esvaziamento da planta. A retirada do material começou no dia 16 de novembro, e a estimativa é que o processo leve cerca de 50 dias para ser concluído. Até esta quarta-feira (23), a empresa já havia retirado cerca de 20% dos efluentes da planta (na foto, um caminhão sendo carregado). Apenas nesta quarta-feira, saíram cinco cargas rumo a Santa Catarina.

A Cettraliq teve suas atividades suspensas pela Fepam no dia 10 de agosto por, supostamente, fazer “emissão de odores fora dos limites da sua planta”. Para a direção da empresa, esta justificativa é completamente absurda porque não há nenhuma prova dessa suspeita e porque os odores dentro da planta em nada se parecem com os odores percebidos no bairro em que está localizada.

Após a suspensão das atividades, a Justiça determinou a retirada dos 2.600 metros cúbicos de efluentes que permaneciam na planta da empresa. O prazo de 50 dias começou a correr no dia 5 de outubro. Mesmo convicta de não ser a causadora do odor, a Cettraliq mobilizou-se desde o primeiro dia para dar início à retirada.

Ao buscar alternativas de local para receber os efluentes da Cettraliq no Estado, a Fepam havia indicado o Cetel, um consórcio da Corsan em parceria com o complexo da GM, em Gravataí. Sem uma previsão de prazo da Cetel para autorizar o recebimento, a Cettraliq preferiu antecipar-se e buscar uma solução alternativa fora do Estado.

A empresa Essencis, que tem várias centrais de tratamento em todo o país, será a destinatária dos efluentes da Cettraliq. A unidade de Joinville está recebendo as cerca de 80 cargas de caminhão com os efluentes para tratamento. Para transportar os resíduos até Joinville, alternativa que começou a ser cogitada desde o princípio de outubro, a Cettraliq precisou enfrentar várias etapas técnicas e burocráticas, o que demandou tempo: negociar a autorização com a Essencis (para verificação de capacidade técnica para tratamento), com a Fepam (que autoriza e acompanha a retirada dos efluentes da empresa e autoriza o transporte até a divisa com Santa Catarina) e com a Fatma (Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina, órgão estadual responsável pelo setor que acompanha a central de tratamento da Essencis e que autoriza o transporte desde a divisa dos dois Estados até Joinville).

Em função desses procedimentos técnicos e burocráticos necessários para a segurança do esvaziamento da planta, o processo de retirada ultrapassou o prazo concedido pela Justiça, que se encerraria hoje (23/11). Por isso, a Cettraliq solicitou na Justiça, dentro do prazo legal, a aprovação de um novo plano de remoção com extensão do prazo, e ainda pediu que, caso seja aprovado, que a data de extensão retroaja à data do protocolo do pedido, o que evitará o pagamento de multa.

O pedido baseou-se na prerrogativa de que a empresa manteve-se permanentemente em busca de um local para enviar os resíduos e que isso não foi possível dentro do prazo inicialmente concedido. A Justiça deve manifestar-se sobre a extensão do prazo nos próximos dias. Todo o custo da operação será responsabilidade da Cettraliq.

SAIBA MAIS

– EMPRESA DESPOLUIDORA – A Cettraliq atua no tratamento de efluentes líquidos, com alto potencial poluidor, que são gerados por outras empresas. Ela não é uma empresa poluidora, e sim despoluidora. A sua atividade não gera resíduos a serem tratados, e sim o contrário: ela trabalha para tratar os resíduos de outras empresas para que eles possam ser devolvidos ao meio ambiente sem riscos à vida humana ou ao ambiente.

– RESPONSABILIDADE SOBRE O SABOR E ODOR DA ÁGUA EM PORTO ALEGRE – Para a Cettraliq, a presença de cheiro e gosto na água são responsabilidade do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), setor integrante da prefeitura de Porto Alegre e responsável pela captação, tratamento e distribuição da água no município. É o Dmae que deve atender aos requisitos técnicos de potabilidade da água para que possa atender à população. A Cettraliq está sendo responsabilizada de forma equivocada por estas alterações, sem que em nenhum momento tenha ficado comprovada uma relação de causa e efeito entre os efluentes tratados e depositados no Guaíba pela empresa e a qualidade da água. Ou seja, a empresa não tem nenhuma responsabilidade nas alterações percebidas na água de Porto Alegre.

– SEM RISCO À SAÚDE – A Cettraliq assegura que os efluentes armazenados em sua planta não oferecem nenhum tipo de risco nem causam qualquer tipo de problema à natureza ou à saúde do homem. Desde a sua fundação, em 2004, a empresa acompanha com rigor a saúde de seus funcionários em exames periódicos e nunca registrou nenhum tipo de doença ou problema associado ao negócio, o que comprova a inocuidade dos efluentes.

– DECISÃO ILÓGICA – A Cettraliq teve suas atividades suspensas pela Fepam no dia 10 de agosto por, supostamente, fazer “emissão de odores fora dos limites da sua planta”. Para a direção da empresa, esta informação é completamente absurda porque os odores perceptíveis dentro da planta em nada se parecem com os odores percebidos no bairro em que está localizada a empresa. A Cettraliq acredita que a necessidade de dar uma resposta à opinião pública, compreensivelmente indignada com a qualidade da água que está consumindo, acabou levando a Fepam a responsabilizar a Cettraliq pelo problema, sem que nenhum nexo causal tenha se estabelecido entre a sua atividade e as alterações no sabor e odor da água da Capital.

– TESTES INCONCLUSIVOS – Mais de 7 mil testes, incluindo os feitos por órgãos públicos, foram realizados desde maio nos efluentes da empresa e os resultados sempre estiveram dentro dos parâmetros estabelecidos, mostrando-se inconclusivos para a detecção do problema, sem que nada fosse constatado que pudesse ter afetado a qualidade da água.

– SOBRE O ODOR NOS ARREDORES DA EMPRESA – A Cettraliq está consciente de que há um odor diferente nos arredores da sua planta. Para a empresa, há outras possíveis causas para a percepção desse cheiro no local. No 4º Distrito, onde a empresa está localizada, há várias companhias que produzem resíduos de todo tipo. Além disso, esta é uma área de aterro, e podem haver resíduos antigos e ainda desconhecidos por baixo desses espaços. Além disso, há que se considerar os altos índices de poluição permanente do Guaíba, com esgoto e dejetos sendo eliminados diretamente no rio e nos seus afluentes, como o Jacuí e o Gravataí, sem o devido tratamento. Ainda, há casas de bombas nesta área que foram avaliadas no início do problema e onde foi detectada a presença de bactérias (do tipo actinomicetos) que produzem compostos com odor de mofo. Todos esses problemas contribuem para o mau cheiro, que fica ainda mais evidente quando as chuvas escasseiam e o nível do rio baixa, concentrando os resíduos e piorando o odor no ar. Essas são algumas hipóteses, mas não houve, até hoje, uma explicação para a verdadeira causa deste problema.




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